Quem Somos
Quem Somos
Com o desenvolvimento científico-tecnológico e com as grandes mudanças sociais, culturais e ideológicas, o Mundo se tornou muito mais complexo, desconhecido, exigindo uma nova forma de definir a nossa identidade, causando uma ruptura em nosso equilíbrio emocional e, como reação, um transborde de emoções de medo e ansiedade, principalmente na nova geração.
Esse desequilíbrio, esta debilidade estão sendo manipulados por setores da sociedade como reação à Nova Ordem, temerosos pela perda do poder e de privilégios. Nos deparamos cada vez mais perante um discurso de medo e ódio, causando xenofobia, racismo e violência. O discurso do ódio nos afeta a todos. Começa contra uma minoria debilitada e termina contra todos àqueles que se opõem a Ordem existente.
Vivemos um momento de muita violência social e polarização política, causando rompimento entre famílias, comunidades e nações, afetando principalmente as novas gerações. Vemos isso, hoje, no Brasil, nos Estados Unidos, em vários países da Europa, em Israel e na Palestina. Fenômeno mundial.
Somos um grupo de educadores e terapeutas de vários países, procurando entender as grandes mudanças que estão ocorrendo no Mundo e como podemos atuar como educadores e terapeutas para combater o ódio, a xenofobia e a violência gerados por um discurso de “ideologia do medo”, alimentado por teorias de conspiração e ignorância. Entendemos que:
- Conviver em paz é aceitar as diferenças e ter a habilidade de ouvir, reconhecer, respeitar e apreciar os outros, bem como viver unidos e de maneira pacífica.
- A paz é mais do que a ausência de guerra, é viver junto com as nossas diferenças – de sexo, raça, língua, religião ou cultura –, enquanto promovemos o respeito universal pela justiça e pelos direitos.
- Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar (Nelson Mandela).
Qual é o nosso objetivo?
- Desenvolver um processo educativo que leva o indivíduo a ter uma visão crítica do mundo com pensamento próprio e uma estrutura emocional para confrontar-se, sem medo, com o desconhecido. Empatia, reconciliação, cooperação e amor são as palavras-chave deste processo.
Qual é a nossa estratégia?
- Criar uma Rede Internacional de Educação para a Paz e Não Violência, formada de organizações educacionais e sociais e educadores independentes;
- Desenvolver um sistema de troca de conhecimento teórico e prático de ações educacionais para a paz e não violência;
- Criar centros de educação para a paz e não violência;
- Formar educadores para a paz e não violência;
- Criar uma rede juvenil de “Change Makers” para a paz e não violência.
Quais são os primeiros passos?
- Estabelecimento da Rede em Israel, Palestina, Portugal e Brasil;
- Contato com países da América Latina para estabelecimento da Rede;
- Congresso Internacional de Educação para a Paz e Não Violência online com tradução simultânea para português, espanhol e inglês. Estamos estudando possibilidade de tradução ao árabe e hebraico;
- Parcerias de Organizações Educacionais;
- Parcerias logísticas-financeiras;
- Centros de educação para paz e nõ violência em Israel, Palestina, Portugal e Brasil.
Histórico – como se formou a rede e o que já foi feito?
Em 2008, após a crise entre judeus e árabes na cidade de Acre, Davi Windholz decidiu criar uma ONG educacional para trabalhar com crianças e jovens judeus, muçulmanos, cristãos e drusos em Israel, desenvolvendo um modelo teórico e prático de educação bilíngue para a paz e não violência. O primeiro projeto foi uma colônia de férias com 50 crianças da Galileia Ocidental. O projeto se desenvolveu e junto com a ONG Shorashim (Roots/Raizes), na região da Palestina, foi realizada a primeira colônia entre israelenses e palestinos, judeus e árabes. Após 12 anos, o Centro Alternative trabalha com 20 mil crianças e jovens.
Paralelo ao trabalho educacional com crianças e jovens, o Centro desenvolveu atividades e oficinas com adultos na área de inteligência emocional, comunicação positiva, mediação de narrativas e solução de conflitos por meios não violentos, assim como oficinas de empoderamento de mulheres que sofreram abuso emocional, físico e sexual.
Em 2010, Davi Windholz junto com Sergio Storch começaram desenvolver um modelo de trabalho baseado na hipótese de que Brasil poderia ser uma ponte entre Israel e Palestina. Com os embaixadores do Brasil na Palestina e em Israel se formou um grupo de brasileiros israelenses e palestinos. Uma primeira reunião foi realizada na Palestina, em Ramallah, com o apoio do Embaixador Paulo França.
Neste processo foram envoltas várias organizações educacionais e de direitos humanos em Israel, Palestina e Brasil, criando uma série de reuniões, palestras e oficinas nos três países. Neste processo, Davi apresentou o modelo educacional do Centro Alternativo e o modelo de Educação Bilíngue, dirigida a mediação, reconciliação, reconhecimento do outro, não violência e, finalmente, a Paz. Este modelo está descrito no livro “Psicopedagogia do Amor”, de sua autoria, e no modelo da Cultura da Paz, de Pierre Weil.
Em um encontro no Rio de Janeiro, após expor o modelo educacional, um dos participantes define este modelo bilíngue não como uma relação entre judeus e palestinos, mas sim como uma relação entre o “asfalto” (bairros de classe alta) e o “morro” (favelas). A partir daí discutimos a universalidade do modelo e a necessidade da criação de uma estrutura que reúna organizações educacionais que trabalham com modelos democráticos, dialógicos, pró cultura da paz e não violência.
Sergio Storch e Davi Windholz, posteriormente, decidiram desenvolver uma Rede Internacional de educação para Paz e Não Violência e como primeiro passo realizar um Congresso, reunindo organizações e educadores para fundamentar a Rede, trocando ideias e modelos teóricos e práticos. Em julho de 2021 Sergio Storch faleceu de COVID-19. A comissão que haviam formado seguiu desenvolvendo a programação do Congresso.
Paralelo a preparação do Congresso, Davi Windholz transladou-se a Portugal para criar a Sede Central da Rede Internacional de Educação para Paz e Não Violência. No mês de julho foi criada a Associação Mãos para Paz em Portugal, coordenada por duas organizações: Alternative Center for Peace and NV Education e UNIPAZ.
“A Associação tem por objeto social difundir a cultura da paz em Portugal e no mundo para modificar as realidades de ódio, racismo, homofobia e xenofobia geradoras de violência, integrada na rede internacional de educação para a paz e a não violência.”
“Mãos para a Paz” tem sua sede central em Porto, Portugal, de tal forma que será um elo entre Israel e Palestina com Europa e com América Latina, além de outros países de fala portuguesa e espanhola.
Programas e Projetos 2023 - 2024
A nível macro foi definido metas de projetos com profissionais na área de educação, crianças, jovens, estudantes e adultos. Isto é um pensar global, mas com ação local, de acordo com o desenvolvimento da Rede no país e das necessidades do mesmo.
Também houve um pensar de desenvolver em cada país o projeto centralizado em uma cidade como “projeto piloto”, envolvendo organizações do setor civil, público e particular, voltados para a cultura e educação para paz.
- Profissionais na área de educação
O objetivo dos cursos é de dar ao profissional instrumentos teóricos e práticos da educação para paz e não violência para que possa desenvolver uma nova metodologia e relação com os alunos em sala de aula ou em sistemas de educação não formal.
Curso de formação de educação e cultura da paz. O curso será lecionado em dois níveis:
- Curso acadêmico, como uma unidade dentro da Faculdade de Pedagogia e Ciências da Educação, contendo 2 cursos teóricos e 6 oficinas práticas. (168 h)
- Curso de complementação nos centros de Mãos para Paz e em Organizações Educacionais. O curso poderá ser realizado de forma de maratona (24 h – 3 dias de 8 horas) ou trimestral, com uma sessão semanal de 4-8 h (48-96 h).
- Crianças
Trabalhamos principalmente com jovens de organizações juvenis como movimento juvenil, clubes, entidades religiosas, etc. O objetivo é formar liderança juvenil para educação e ativismo para a paz e não violência. Este trabalho se realiza através de seminários em reclusão de 7-14 dias ou em cursos anuais.
Uma particularidade deste programa são os programas de jovens judeus e palestinos que virão a Portugal para desenvolver uma rede de organizações juvenis pró paz.
Como resultado destes programas criaremos uma rede juvenil mundial (por enquanto nos 4 países) que realizarão eventos comuns em datas especificas, por exemplo o dia 21.09, Dia Internacional da Paz.
- Jovens
Trabalhamos principalmente com jovens de organizações juvenis como movimento juvenil, clubes, entidades religiosas, etc. O objetivo é formar lideranças juvenis para educação e ativismo para a paz e não violência. Este trabalho se realiza através de seminários em reclusão de 7-14 dias ou em cursos anuais.
Uma particularidade deste programa são os programas de jovens judeus e palestinos que virão a Portugal para desenvolver uma rede de organizações juvenis pró paz.
Como resultado destes programas criaremos uma rede juvenil mundial (por enquanto nos 4 países) que realizarão eventos comuns em datas especificas, como, por exemplo, o Dia Internacional da Paz, em 21/09.
- Estudantes
São dois os objetivos de nosso trabalho com estudantes: o primeiro é um processo de introspecção, conscientização de nossa bagagem dentro de um mundo de ideologia do medo, transformando este mundo em ideologia e cultura da paz e não violência. O segundo é instrumentalizar o estudante para tornar-se um “Change Maker” (agente de mudança) em relação a cultura da paz e não violência.
O trabalho é realizado através de oficinas de 24-36 h em sistema de encontros semanais de 2-3 h ou em sistema de maratona.
O segundo projeto com universitários é um projeto mais complexo. Este projeto é realizado em Israel com mais de 30 mil estudantes. O estudante recebe uma bolsa de estudos e em troca trabalha (4-6 h semanais) com crianças com problemas de estudos, sociais, familiares. Este trabalho tem um acompanhamento de profissionais na área de educação e psicologia. O objetivo é tornar o estudante um “irmão maior”, apoiando emocionalmente a criança e ajudando a confrontar com seus problemas.
- Mulheres
Oficinas de Terapia de Dança e Cor para adolescentes e mulheres que sofreram abuso emocional, físico ou sexual. Esta técnica foi desenvolvida em Israel por Ravit Yassur, e consiste num trabalho de conscientização através do corpo, seguido de trabalho em Círculos de Escuta.
- Trabalho comunitário holístico
Nosso objetivo maior é trabalhar com a comunidade como um todo, em todos seus setores, e desenvolver um projeto holístico de cultura da paz. Isto implica um trabalho com todos os setores da comunidade, desenvolvendo lideranças democráticas e programas pluralistas que respondem as necessidades de cada sub-grupo dentro da comunidade.
Estamos dando nossos primeiros passos e precisamos desenvolver uma estrutura logística que poderá levar adiante a ideologia da cultura da paz através da educação e do trabalho comunitário.
Acreditamos que com o apoio do setor público e particular-empresarial conseguiremos alcançar nossos objetivos. Somos muitas organizações educacionais e de trabalho comunitário, mas somente na formação de uma rede, na qual trabalhamos juntos, reunindo todo o conhecimento teórico e prático, conseguiremos realizar este sonho. Um mundo mais inteligente emocional. Um mundo mais HUMANO.